quarta-feira, 2 de maio de 2018

Dicas da semana: para ver, ouvir e ler


Para ver: Tempestade de Areia
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 ANOS.

            Tempestade de Areia é um filme israelita lançado em 2016, vencedor no Festival de Sundace na categoria de melhor filme estrangeiro no gênero drama.
            O filme nos leva ao sul de Israel, na aldeia de beduínos (povos árabes que vivem no deserto, em sua maioria nômades) para contar a história de Jalila, uma mulher que prepara o segundo casamento do seu marido. Já que o casamento poligâmico ainda é autorizado nessas tribos beduínas sulistas. Enquanto Jalila cuida dos preparativos da festa, seu marido vai para uma espécie de despedida de solteiro, longe da cerimônia.  
            O maior problema começa quando Jalila descobre o envolvimento amoroso da filha mais velha, Layla, com um rapaz palestino, o qual nunca será aprovado pela tribo.   
            O curta (86min) vai mostrar em que condições vivem essas mulheres, principalmente em uma comunidade totalmente patriarcal, onde as mulheres são submissas aos seus maridos, sem ter a liberdade de escolher seu próprio caminho.


Para ouvir: 5 a seco

            5 a seco é uma banda brasileira do gênero indie-rock formada em 2009 por Leo Bianchini, Pedro Altério, Pedro Viáfora, Tó Brandileone e Vinicius Calderoni. O nome da banda é devido aos cinco integrantes, por isso o numeral 5 e o “ a seco” representa o fato do grupo se apresentar sem acompanhantes, com a intenção de autossuficiência e economia de recursos.
            Em 2011 foi gravado o primeiro DVD, Ao Vivo no Ibirapuera, com participações de Maria Gadú, Lenine e Chico César. Em 2014 foi lançado o álbum Policromo, gravado em estúdio, diferente do anterior.
            Confira abaixo a música “Em paz” com participação de Maria Gadú:



Para ler: Irmãs Brontë – clássicos da literatura a frente de seu tempo
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA DOS LIVROS: 14 ANOS.

Nascidas na cidade de Hartshead, Yorkshire, norte da Inglaterra, as irmãs Charlotte, Anne e Emily, mais conhecidas como Irmãs Brontë, foram grandes escritoras da Era Vitoriana, escreveram poemas e romances que marcaram a história da literatura inglesa. As irmãs lutaram contra todos os preconceitos da época para publicarem seus livros, visto que, no século XIX, era inaceitável para uma mulher torna-se escritora, então, usaram pseudônimos masculinos para que suas obras fossem aceitas.
            Primeiramente lançaram uma coletânea de poemas das três “ Poems by Currer, Ellis and Acton Bell” que, apesar de ter boas criticas, não fez muito sucesso. Detalhe: As iniciais dos nomes fictícios indicava a letra inicial de cada uma das irmãs.
             Apesar do fracasso Charlotte, Anne e Emily não desistiram e em 1847, conseguiram o apoio de um editor e Charlotte publicou Jane Eyre, logo em seguida Emily e Anne lançaram O vento dos Morros Uivantes e The Tenant of Widfell Hall, respectivamente.

            Jane Eyre, Charlotte Brontë – Jane Eyre é uma menina órfã que mora com a tia e seus primos, os quais, a maltratam muito. Devido ao mau relacionamento com a sobrinha, Sra. Reed decide mandar a menina para uma escola de moças, onde ela cresce e se torna professora. Buscando expandir seus horizontes e conquistar sua independência – o que era inaceitável para a época, já que as mulheres tinham que ser submissas aos seus maridos – Jane coloca um anúncio para trabalhar como governanta e é contratada pelo senhor Rochester, um homem extremamente misterioso.
            Com o passar do tempo, Jane se apaixona perdidamente por Rochester, que tem 20 anos a mais que ela e esconde um segredo no sótão de sua casa. A partir dai, Jane passa por diversas dificuldades para finalmente conquistar o que sempre almejou: liberdade e independência.
            Charlotte Brontë foi considerada uma das primeiras autoras feministas buscando quebrar os padrões de sua época, mostrando que as mulheres têm voz ativa sobre suas vidas e não somente prisioneiras do casamento, o qual é forçado desde a infância.


             O Vento dos Morros Uivantes, Emily Brontë: A história começa com a chegada do Sr. Lockwood ao Morro dos Ventos Uivantes com a intenção de alugar uma propriedade no campo. Ele então, vai ao encontro de seu locatário, Heathcliff, um homem misterioso e pouco se sabe sobre a história dele, apenas que foi adotado pela família Earnshaw, os antigos locatários da propriedade e vivia com seus irmãos de criação Hindley e Catherine.
            Um grande amor nasce entre Catherine e Heathcliff, porém,
Catherine decide se casar com Edgar, um jovem de família nobre que é apaixonado por ela e possui condições de sustenta-la, proporcionando uma vida mais confortável, já que Heathcliff era órfão e não detinha poder perante a sociedade. Quando Catherine casa com Edgar, Heathcliff  vai embora e após torna-se um homem rico, decide retornar.
            Na época em que foi lançada, a obra foi bastante criticada devido a intensidade dos personagens Heathcliff  e Catherine, que são símbolos de um amor forte e poderoso, que sobrevive além do tempo e da morte.
            O livro ganhou um destaque especial, pois era um dos livros preferidos do casal Edward e Bella, protagonistas do filme “ Crepúsculo” que, inclusive, foi inspirado na obra de Brontë.

            The Tenant of  Wildfell Hall, Anne Brontë: A história começa com a chegada de Helen Graham a propriedade de WildFall Hall  acompanhada apenas por seu filho, Arthur. As vestes escuras que Helen usa dá a entender que é uma jovem viúva, buscando um recomeço para sua família. Por ser uma mulher reclusa e a forma como educa seu filho gera burburinho entre os vizinhos que começam a questionar sua personalidade e o porquê de estarem ali.
            Gilbert Markham é um jovem fazendeiro que desperta um interesse pela moça e passa a ter uma amizade com ela e o filho. Contudo, os segredos que Helen traz consigo impede que os dois tenham um romance. Aos poucos, Gilbert vai ganhando a confiança da jovem e ela permite que ele leia seu diário, para dar um fim aos fantasmas do passado que a assombram. Após ler os tormentos que Helen passou, o fazendeiro começa a compreender as atitudes dela.
            No diário, Helen conta os anos que sofreu em um relacionamento abusivo com seu ex marido Arthur Huntingdon, um homem alcoólatra e infiel, que ameaçava as virtudes e educação do filho, o único do casal.
            É importante ressaltar que relacionamentos abusivos vão além da agressão física. Como Anne mostra muito bem no livro, o homem culpa a mulher por ser alcoólatra, a humilha e deposita toda a culpa sobre ela por sua infidelidade, além de tentar colocar o filho contra a própria mãe.
            No prefácio da 2ª edição, Anne escreveu:
            “Meu propósito ao escrever as páginas seguintes não foi apenas divertir o leitor; tampouco satisfazer meu próprio gosto ou ganhar as boas graças da imprensa ou do público: meu desejo era relatar a verdade, pois a verdade sempre comunica sua própria moral para quem é capaz de absorvê-la. Mas, como esse tesouro precioso com frequência se esconde no fundo de um poço, é preciso coragem para mergulhar em busca dele, principalmente porque é provável que quem o fizer vá despertar mais desdém e desaprovação pela lama e água onde ousou se misturar do que gratidão pela joia que obteve; se possível comparar isso com a situação de uma mulher que se prontifica a limpar os aposentos de um homem solteiro e descuidado, ouvindo mais reclamações pela poeira que levantou do que elogios pela limpeza que fez.”.

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