quarta-feira, 12 de setembro de 2018

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Incêndio no Museu Nacional
E como essa tragédia mexe com a história brasileira

O Museu Nacional é a instituição cientifica mais antiga do Brasil, vinculado a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi considerado um dos maiores museus de história natural e antropologia das Américas. Fundado por D. João IV para promover o progresso cultural e econômico do país, o palácio foi residência da família real portuguesa de 1808 a 1821 e também abrigou a família imperial brasileira de 1822 a 1889. O museu abrigava mais de 20 milhões de itens em seu acervo nos campos de ciências naturais e antropológicas, também possuía diversos itens provenientes de todas as regiões do planeta e artigos produzidos por civilizações antigas, incluindo o crânio de Luzia, o fóssil mais antigo da América Latina que possuía cerca de 11.500 anos.  As coleções eram subdivididas em: geologia, paleontologia, botânica, zoologia, arqueologia e etnologia.

Os departamentos acadêmicos do museu desenvolviam atividades por todo o país e em outras regiões do mundo, incluindo as antárticas. Também possuía uma das maiores bibliotecas com especialização em ciências naturais do Brasil. Eram oferecidos cursos de especialização, extensão e pós-graduação e o museu também realizava atividades educacionais voltada para o público. Apesar de representar grande importância na questão cultural e educacional, o museu sofria com falta de investimento e verba para melhorar a estrutura nos últimos anos.

No dia 2 de Setembro de 2018, um incêndio de grande proporção atingiu a sede do museu destruindo quase todo o acervo em exposição; o prédio que abrigava os artefatos também sofreu graves danos como: rachaduras, queda das lajes internas e o desabamento da cobertura. Manifestantes aproveitaram o feriado de 7 de Setembro para manifestar em frente ao palácio contra a ruptura da identidade nacional; índios da Aldeia Maracanã também participaram dos manifestos, estima-se que 20 mil itens pertencentes aos primeiros habitantes do país foram destruídos.

“O museu enquanto espaço educativo virou cinzas. Não há palavras para avaliar o estrago que isso causará na memória das futuras gerações, dos que nunca sequer terão acesso a esse acervo que já foi o maior da América Latina e o quinto do mundo”, relata Claudio Honorato, pesquisador do Instituto de Pesquisa e Memória dos Pretos Novos, no Rio de Janeiro. O museu teve um corte de verba de 77% e os próprios funcionários alertavam sobre um possível incêndio devido aos fios que estavam expostos e a estrutura do palácio que estava ruindo.

Infelizmente no Brasil não há uma preocupação para dar prioridade a museus e centros históricos que são de extrema importância para a educação. O governo é negligente com o passado; as verbas que deveriam ser vistas como investimento – que de fato são – para o governo não passam apenas de gastos. Isso nos traz a tona a PEC241 que define um teto de gastos por 20 anos para educação e saúde. Com o cenário atual não temos ideia de como estará a educação daqui 20 anos, mas se continuarmos negligenciando o nosso patrimônio, estamos caminhando para nos tornamos um país sem cultura, arte, educação e sem identidade.

Visite o Site do Museu Nacional clicando aqui

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