quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Ler, Ver e Ouvir dessa semana - Para Ver - Estrelas além do tempo



É um filme norte-americano que conta a história de três mulheres negras na década de 60, quando leis de segregação racial ainda estavam em vigor no Estados Unidos. Essas mulheres tiveram papéis importantíssimos no desenvolvimento da missão que possibilitou a ida do homem a lua. Elas atuavam como “computadores” resolvendo a mão cálculos matemáticos para que fosse possível realizar essa viagem ao espaço. 



O filme é baseado em fatos reais, Katherine Johnson, Mary Jackson, Dorothy Vaughan lutaram para conquistar seu lugar em uma época onde não havia espaço para negros e principalmente mulheres, fizeram história ao enfrentar os dogmas da época.




 Katherine Johnson – Nascida no ano de 1918 na Virginia, sempre foi uma menina prodígio, resolvia cálculos complicados desde pequena, dado isso ela se formou com excelência no ensino médio aos 14 anos. Com 15 anos ingressou na universidade e se formou aos 18 anos com as maiores honras. Após a formatura começou a dar aulas de matemática, francês e piano em escolas do ensino fundamental e médio na Virginia. 


Em 1953 Katherine integrou o departamento de Computação da Área Oeste do Langley pela NACA (agência espacial antecessora da NASA) e lá era supervisionada por Dorothy Vaughan. Apesar da sua importância, a segregação racial nos EUA fazia com que Katherine tivesse que trabalhar, ir ao banheiro e comer separada dos seus colegas que eram brancos.

A princípio Katherine trabalhava com dados de voo, mas isso mudou quando a União Soviética lançou seu primeiro satélite, o Sputnik. Então passou a trabalhar na seção de Controles Aeroespaciais e foi Katherine que calculou a trajetória do voo de Alan Shepard, primeiro norte-americano no espaço. Também foi responsável por calcular os dados de lançamento do Projeto Mercury, onde o astronauta John Glenn pediu pessoalmente para que ela verificasse se os dados do seu computador de bordo estavam corretos para que ele pudesse voar, John se recusou a ir até que ela apurasse.

Aposentou-se da NASA em 1986. E em 2015 aos 97 anos foi premiada com a Medalha Presencial da Liberdade, a maior honra civil dos EUA.

Mary Jackson – Nasceu em 1921 no estado da Virginia e assim como Katherine sempre mostrou desde criança que era uma garota extremamente inteligente. Recebeu um diploma de bacharel em ciência do Instituto Hampton de Matemática e Física. Segundo a biografia da engenheira no site oficial da NASA, Mary trabalhou como professora em uma escola para alunos negros em Maryland, mas logo após retornou para casa e passou a ser recepcionista no King Street USO Club que atendia a população negra em Hampton. Em 1951 desembarcou na seção  Langley Memorial Aeuronatical do laboratório de informática da área oeste segregada e também integrava a equipe supervisionada por Dorothy Vaughan. Mary também era conhecida por incentivar outras mulheres a conquistar sua carreira, dando conselhos educacionais e profissionais.

Ela começou sua carreira de engenheira em uma época em que engenheiros femininos eram raridade, de fato, Mary pode ser considerada a primeira mulher engenheira e negra do campo. Ela lutou para que tivessem mais contratações e promoções para a próxima geração de mulheres engenheiras, matemáticas e cientistas da NASA.



Dorothy Vaughan – Nasceu em 1910 no Kansas. Sua carreira profissional começou como professora de matemática na Robert Russa Moton High School em Farmville, porém saiu da sala de aula e foi para o Memorial de Langley Aeronautical Laboratory em 1943, durante o auge da segunda guerra mundial. 

Em 1945 o presidente  Roosevelt assinou uma lei que proibia a descriminação racial, religiosa e étnica nas industrias de defesa do país, então, o laboratório começou a contratar mulheres negras e Dorothy foi atribuída a unidade segregada de "West area Computing”.  Até então todos os chefes do Memorial de Langley eram brancos e Dorothy em 1949 foi promovida a supervisora, tornando-se a primeira mulher negra a liderar o grupo. 

Assim como Mary, Vaughan também foi uma defensora ferrenha para as mulheres negras que trabalhavam na área oeste da computação.

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